quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O casamento e as suas tradições

Queridos "Cerejinhas" e " Sundaes".

Hoje vou dividir com vocês algumas informações que recolhi ao longo da vida e de cerimoniais realizados. Tema: CASAMENTO.

Nas décadas de setenta e oitenta foi comum o comentário, com a gíria da época, que era "careta". Para nós, careta perdeu o sentido e nunca antes o casamento teve tamanho destaque como nos dias atuais.

São tantos itens e possibilidades de escolhas, inclusive TEMÁTICOS, que muitas noivas e as famílias envolvidas se veem às voltas com decisões e custos

Meu primeiro conselho é: Faça o que deseja dentro do SEU ORÇAMENTO!

Você não será mais ou menos feliz na medida das cifras do seu evento.

Lembre-se, também, que fartura é importante. Se as famílias só puderem arcar com bolo e vinho branco ( Champagne, Prosecco ou outros excelentes) fica muito adequado ao evento, seja em qualquer horário. Há necessidade de docinhos, neste caso, mas nada que precise hipotecar a casa dos pais ou casar com uma enorme dívida.

Observei que casais que se casam com dívidas têm poucas chances de um casamento estável. Isso chega a ser óbvio porque, ao início, por maior tempo de convívio, há muitas dificuldades a serem superadas mutuamente e se, ainda mais, tiverem que arcar com dívidas de uma data que já se foi, o doce da ocasião se torna amargo e pesado. Resultado: Por onde sai o dinheiro, frequentemente, sai o amor. É clichê, mas é fato.

Futuramente, terei oportunidade de discutir mais profundamente sobre os cerimoniais. Por agora, ficamos com estas informações.

O Post de hoje visa dar as informações pitorescas sobre os motivos e simbolismos dos itens usados no casamento.

A ALIANÇA

A aliança tem o seu formato, tradicionalmente, circular, para que o amor seja infinito, na forma perfeita, onde não existem arestas, princípio, meio ou fim. Assim deseja-se para o matrimônio, um amor sem fim e sem problemas.

É claro que, modernamente, há todos os formatos, mas tem-se que saber a origem da tradição, que resulta na maioria das escolhas dos nubentes.

O DEDO ANULAR DA MÃO ESQUERDA

Segundo acreditavam os romanos, a aliança deveria ser usada no dedo anular (anelar é INCORRETO!) da mão esquerda dos casados, porque existiria uma veia que ligaria este dedo diretamente ao coração, ficando conectados um ao outro.

O BRANCO DO VESTIDO

Orginariamente, exigia-se a pureza das mulheres para o casamento. Ou seja, elas deveriam ser REALMENTE virgens, sem qualquer conhecimento das práticas sexuais. Muitas eram criadas em conventos até a data marcada pelas famílias, para a união.

Portanto, o branco, no Ocidente, foi consagrado como a cor da veste nupcial das noivas, para a sociedade ter a certeza da virgindade daquela moça.

Vale lembrar que, remontando aos séculos XII/ XIII, as meninas casavam-se assim que tinham a menarca (a primeira menstruação) com homens incrivelmente mais velhos que elas. Portanto, era a CERTEZA da aquisição de um "produto" intocado.

Disse "produto" porque as mulheres, até hoje, lutam contra este rótulo. Apenas mudamos nossas batalhas...

Considere-se, também, a respeito da virgindade que era muito cômodo para os homens: Poderiam ser péssimos na arte do amor que não haveria qualquer comparação.

Respeito os que pensam diferente disso (eu mesma já pensei), mas a realidade da vida esclarece o contrário.

AS FLORES

Geralmente, por mais simples que sejam, temos a presença de flores nos casamentos. Sejam nos buquês, nas passadeiras que levam ao altar Mór ou, no momento mais belo, quando caem por sobre os noivos, na bênção das alianças.

Observem que são flores sem espinhos ou, somente, pétalas.

Isto porque o simbolismo era um amor sem sobressaltos, sem "espinhos" na vida. Equivale à benção!

Muitas vezes é uma alusão à figura divina feminina, seja ela a Virgem Maria, Iemanjá ou outra relacionada à religião dos noivos.

O VÉU

O véu vem com o mistério. Durante séculos ele encobriu os rostos das noivas, para que o homem, ao recebê-la no altar, o levantasse e fosse o primeiro a vislumbrá-la como mulher.

A entrega da mulher, geralmente, é feita pelo pai. Na ausência dele, o irmão, padrinho, avô ou tio, enfim, o homem que assuma o papel de patriarca, naquele momento.

Ele a entrega ao futuro marido e este, quando coberto o rosto, encerrava o ritual quando o levantasse. Era a transição da menina para a mulher.

Eu, quando casei, já havia falecido o meu pai há muitos anos e decidi que não daria esta honraria a nenhum outro homem. Escolhi a minha mãe para a entrega mas, por ser uma prática muito diferente para a época, ela não teve a coragem necessária. Hoje, revendo os fatos, disse-me que faria diferente.

Às vezes é bom ser vanguardista!

O TAPETE VERMELHO

A cor vermelha sempre foi a minha favorita, desde muito pequena. Ocorre que muitas pessoas a associam ao pecado, à luxúria e a tudo que há de pior.

Para mim, cores são cores. Gostamos ou não delas, mas não têm o caráter de serem boas ou ruins.

No Oriente, casamento próspero TEM que ter vermelho e dourado - amarelo- para dar sorte aos nubentes.

Para nós, ficou a reminiscência do tapete vermelho. Os noivos e o cortejo o atravessam, seja em uma igreja ou casa de festas, para resguardar o diferencial daquelas pessoas (em relação aos convidados em geral) e a prosperidade à união.

Claro que, com a evolução dos eventos, vemos tapetes brancos, azuis enfim, em múltiplas cores. Mas o vermelho permanece no topo das escolhas dos noivos.

PERÓLAS

Neste caso, vale como superstição e não como informação. Os antigos passaram a evitar noivas com bordados em pérolas porque foram associadas às lágrimas. Aliás, em várias culturas existem lendas acerca da criação das pérolas, sempre as associando às lágrimas.

Bem verdade que muitas noivas se casaram com terços ou jóias neste material, sendo felizes com seus cônjuges. Por isso, ressalto: SUPERSTIÇÃO.

Seguirá quem quiser...

O BOLO

Todas as comemorações ocidentais têm, como ponto alto, o bolo. Pode ser aniversário, casamento, uma reunião simples em casa e lá está ele, desejado, esperado e comentado: O bolo.

Perde-se um tempo enorme na escolha do bolo "perfeito". É quase tão importante quanto o vestido da noiva, guardadas as devidas proporções.

O bolo é a divisão da felicidade e do amor, com os convidados para a ocasião.

O bolo de casamento é composto de um recheio cremoso, para que as partes sólidas (que representam as pessoas) sejam sempre unidas pelo doce creme do afeto. É uma celebração entre todos os presentes.

A CHUVA DE ARROZ

Questionável esta tradição. Explico o porquê.

O arroz TEM que ser COM CASCA e integral. Simboliza prosperidade e alimentos em fartura, para a casa do novo casal.

Bonitinho, porém perigoso. O número de tombos registrados é considerável e muitas igrejas e casas de festas já proíbem este hábito. Isto porque fica quase impossível a remoção de todos os grãos, após a cerimônia.

Sem falar que, assim como o confete em Carnaval, você procura, procura e, quando menos espera, acha mais um!

BEM-CASADOS

Mais comum em São Paulo, veio ao Rio de Janeiro para ficar.

Tem a mesma explicação do bolo de casamento, sendo que com a peculiaridade de ser transportado, como lembrança da ocasião, para a residência dos convidados.

É o amor dos noivos com extensão!

DAMAS E PAJENS

Aqui, no Brasil, utilizamos crianças nestes papéis e não adultos, como é o caso dos Estados Unidos.

Representam os filhos a serem gerados pelo casal e a inocência que não deve ser perdida. Todo adulto deve conservar o seu lado infantil, para ser feliz e são. Isto vale, igualmente, para os noivos

Muitos utilizam meninas mais velhas como floristas, delicadamente depositando as pétalas sobre a passadeira antes da entrada da noiva.

O simbolismo é fazer o caminho desta mulher ser o mais belo e perfumado possível, na jornada do casamento.

SEGURAR A NOIVA NOS BRAÇOS ANTES DE ENTRAR NA RESIDÊNCIA DO CASAL.

Complicada esta tradição em tempos modernos. Hoje somos malhadas, altas (ou mesmo as baixas) e a brasileira, em especial, raramente é peso pluma. Só de quadril e bumbum carregamos uns bons quilos.

Enfim, há mulheres que exigem o cumprimento desta tradição. O motivo remonta às épocas nas quais os ancestrais eram enterrados nas propriedades da família.

Portanto, era um ato de heroísmo e defesa contra qualquer mal, inclusive evitar que os pés da esposa pisassem sobre os mortos.

Atualmente moramos em apartamentos, na maioria dos casos. E enterramos em cemitérios- ou cremamos- aqueles que fazem a "passagem", ficando meio obsoleto.

UM DIA OU MAIS SEM SE VEREM

A tradição é judaica e foi absorvida pelo Cristianismo. O objetivo é preservar os noivos da turbulência dos dias que antecedem a cerimônia e gerar uma saudade positiva. Com isso, evitam-se discussões (e rompimentos em cima da hora) e a entrada da noiva é feita em triunfo, pois os que se amam se desejam sempre. Olhos de noivos marejados pela saudade e pela imponência que só quem foi noiva pode narrar a emoção.

Beijos às "Cerejinhas" e "Sundaes", em fase de casamento ou não.

Adri.

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