sexta-feira, 3 de maio de 2013

Fazendo um pacto com a vida

Eu e o meu marido fizemos nove anos de casados.
Dias antes, ele havia me perguntado como eu gostaria de comemorar a data e eu simplesmente disse: "Vamos esperar, porque meus dias nunca são iguais".
Sabe, eu acho que estou trabalhando mal com a neurolinguística, já que repito esta frase. Preciso mudar isso, mas até agora ainda trabalho com a minha experiência que, sem saber definir se é boa ou não, é uma vida sem grandes rotinas.
Enfim, é a minha vida e aprendi a conviver com ela. E ponto.
Sabem o que aconteceu?!
Um casal de amigos nossos, os quais foram um dos nossos padrinhos de casamento e nós os deles, resolveu marcar a cesareana - do segundo filho - para o dia primeiro de maio. Feliz coincidência!
Passamos parte do NOSSO dia com o Eduardo, um lindo menino de 54 centímetros e quatro quilos e alguma coisa- um meninão!- e Arthur- o "vizinho" de berçário, que nasceu filho de um outro Eduardo(!), até aquele momento desconhecido meu mas que, em dois palitos de tempo, eu já estava tirando as primeiras fotos do garotão- 56 centímetros e quatro quilos e muitos- com a máquina do papai, que havia desmaiado na sala de parto.
Vi-me aturdida por aquelas chegadas. Dois novos humanos ali e fiquei meditando, separada pelo vidro do berçário, quanto a sequência de "coincidências".
E me descobri com os olhos repletos de lágrimas. Um choro baixinho e bom, completo de felicidade daquele que descobriu o óbvio.
Era o milagre da vida!
Grande coisa, vocês dirão.
Sim, a minha alma fez um pacto, naquele instante, com a vida, com aqueles olhinhos que mal nos veem, bocejos e rostinhos avermelhados, meio amarrotados pelo parto.
Em qual momento nós optamos pela dor e por pensamentos derrotistas?
Não sei responder, mas naquela maternidade vi rostos esperançosos por vidas que se iniciam, amigos que se abraçam- um abraço suado de nervoso- ornado por sorrisos que relatam o fim de uma ansiedade e o início de uma jornada cheia de aventuras.
Acredito que por ter passado a escrever, tomei uma posição diante da vida diferente. Os fatos e cenas passaram a ser mais profundos, como alguém que vê na vida uma poesia em desenvolvimento.
Nunca fui fútil ou superficial! Creiam-me.
Mas, quando eu me comunico com vocês, através dos meus textos, tento realmente "conversar" sobre algo muito profundo e sincero do meu ser.
E esta foi a comemoração mais inusitada que eu conheço. Era um lugar cheio de camas, mas não era motel. Repleto de gente, mas não era teatro.
Com muitos sorrisos e crianças e não era circo.
Genial, não é?!
O melhor aniversário de casamento. Certamente.
Em pensar que, nove anos antes, estávamos todos entrando na igreja São Francisco de Paula, engalanados.
É... Fiz um pacto com a vida.
E ela comigo.
Beijos mil em todos e que tenham a oportunidade de fazer o mesmo pacto.
Adri.



4 comentários:

  1. E maior pacto não é planejar detalhadamente um futuro tão incerto. Mas sim, apreciar um momento por vez, seja bom ou ruim. Dando oportunidade as coisas novas, que às vezes nos parecem loucas no início e depois percebemos que foi a melhor coisa que poderia nos ter acontecido. Ter esperança e entusiasmo é tudo que precisamos.
    Bjs em todos.

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  2. Valeu, Kamila, pela excelente abordagem do post.
    Você sintetizou o que estava na minha alma, mais do que nos meus pensamentos.
    Estou aprendendo exatamente isso: que a vida, nas suas marés, tem seus encantos.
    Esperança e entusiasmo para todos nós!
    Beijos para você e a família- a de casa e a do trabalho.
    Adri- a prima orgulhosa de VOCÊ!

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  3. Querida Adriana,

    É como aquela frase do filme "forest Gump"... "A vida é como uma caixa de bombons. A gente nunca sabe o recheio que vai encontrar em cada bombom".

    Que a sua vida seja sempre doce e que você encontre sempre o que procura.

    um beijo

    Lúcia

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    1. É isso aí, prigã Lú!
      Tenho aprendido a viver um dia de cada vez para saborear, com calma- o que me é dificílimo, o "sabor de cada bombom" que a vida tenha a me oferecer.
      Beijos mil e fico feliz com o sucesso do seu blog.
      Adri.

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