quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A dama, o prícipe e o dragão.

A nossa história inicia-se pelo meio. Não haverá a descrição dos motivos.
Cada leitor que interprete ao seu modo e aceite, ou não, o final.
Em qualquer lugar do mundo havia uma dama. Uma dama comum, leia-se uma mulher mediana em conceitos, valores e comportamento. Por um motivo qualquer, estava encarcerada em uma masmorra minúscula, na qual o seu corpo continha e não era contido.
Como qualquer encarcerada, necessitava de um príncipe e lanço mão deste arquétipo para ilustrar e tão-somente isso, a figura do corajoso, do salvador.
Ele chega até a mulher e tenta uma, duas, muitas vezes extinguir o cárcere no qual a dama se encontrava e jamais conseguiu êxito em qualquer das suas tentativas. Em todas elas havia um impedimento e a mulher acabava permanecendo no cárcere conhecido há tantos anos, cercada por sombras e guardada pelo dragão. Flamejante, monstruoso, com asas gigantescas, vez em vez, invadia a masmorra da dama e a possuía com sofreguidão.
Até que, num dia como outro qualquer, o príncipe cansou e se foi para outra aventura libertadora.
A encarcerada permaneceu ali, inerte na sua solidão, avizinhada pelo seu dragão.
Os anos se passaram e o dragão feneceu em suas chamas e de suas cinzas formou-se a chave do claustro, que foi levada por uma brisa gelada até o cárcere ínfimo, no qual o seu corpo continha mas não era contido e permanecia.
Ao tocá-la de leve a mulher, numa crise histérica, chorou e a jogou na madrugada serena, repleta de sons e odores a ela desconhecidos.
E então, meus queridos leitores, como termina?
A dama permaneceu ali, no seu cárcere, aguardando um novo dragão ou um valente príncipe que a salve.
Beijos,
Adri.

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